Poema Isto
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Assunto: o fingimento e a criação artística; a racionalização dos sentimentos (sentir com a imaginação, não usando o coração).
Divisão do poema: duas primeiras quintilhas - negação de que finge ou mente; justificação de que o que faz é a racionalização dos sentimentos na busca de algo mais belo mas inacessível;
última quintilha - argumentação de que ao escrever se distancia da realidade, intelectualizando os sentimentos e elaborando uma nova realidade - a arte.
sentido da 1ª estrofe: reconhecimento do que dizem e negação de que finge ou mente "sinto com a imaginação/ Não uso o coração" - expressão da intelectualização do sentimento.
comparação da 2ª estrofe: "Tudo o que sonho ou passo/ O que me falha ou finda" (primeiro termo da comparação) "(...) um terraço/ Sobre outra coisa ainda" (segundo termo), ou seja, o mundo real ("terraço") é reflexo de ("Sobre outra coisa ainda") um mundo ideal ("essa coisa é que é linda" - conceito oculto ou platónico, mundo que fascina o sujeito poético).
situação a que chega o sujeito poético - "livre de meu enleio" (desligado do tema) . há um acto de fingimento de pura elaboração estética e o leitor que sinta o que ele comunica apesar de não sentir ("Sentir? Sinta quem lê!")
O poema "Isto" apresenta-se como uma espécie de esclarecimento em relação à questão do fingimento poético enunciada em "Autopsicografia" - não há mentira no acto de criação poética; o fingimento poético resulta da intelectualização do "sentir" da racionalização. Aqui, o sujeito poético vai mais longe já que, negando o "uso do coração", aponta para a simultaneidade dos actos de "sentir" e "imaginar", apresentando-nos a obra poética como uma espécie de síntese onde a sensação surge filtrada pela imaginação criadora. A comparação presente na 2ª estrofe (vv.6-9) evidencia o facto de a realidade que envolve o sujeito poético ser apenas a "ponte" para "outra coisa": a obra poética, expressão máxima do Belo.
Na 3ª estrofe, introduzida pela expressão "Por isso" de valor conclusivo/ explicativo, o sujeito poético recusa a poesia como expressão imediata das sensações. O sentir, no sentido convencional do termo, é remetido para o leitor.
"Fingir" não é o mesmo que "mentir" é a tese defendida. Não há mentira no acto de criação poética; o fingimento poético resulta da intelectualização do "sentir", da racionalização dos sentimentos vividos pelo sujeito poético. O sujeito poético vai mais longe já que, negando o "uso do coração", aponta para a simultaneidade dos actos de "sentir" e "imaginar", apresentando-nos a obra poética como uma espécie de síntese onde a sensação surge filtrada pela imaginação criadora.
42 comentários:
Gostei, eu e o meu amigo.
Foi muito proveitoso para a interpretação do poema.
Obrigado
eu gostava que me dissesse qual a função do terraço. PFF
o terraço funciona como representação de uma barreira entre as vivências e a criação poética.
"As vivências (terraço) são o ponto de partida para a Arte (poesia). Para passar do mundo real para o mundo inteligível, é necessário passar uma barreira."
Gostava de saber qual é a ironia presente no poema?
Deu imenso jeito para um trabalho de apresentação!
Gostaria de saber a importancia do uso da 1ªpessoa do singular neste poema.
Gostava de perceber melhor o sentido da segunda estrofe. Obrigada
Obrigada, eu sou estudante polaca de lingua portuguesa e e muito dificil para mim compreender o sentido destes poemas,este analise ma ajudou muito:)
gostava de saber qual a intencionalidade do eu poetico ao utilizar o advervio " simplesmente ", no verso 3 .
Excelente, ajudou imenso
Olá, gostaria de saber quais as conceções de "fingimento" presentes na primeira estrofe do poema?
http://allweneedisfood.com/2013/04/25/azeite-de-oliva-faz-bem-ou-mal/
azeite faz mal
http://allweneedisfood.com/2013/04/25/azeite-de-oliva-faz-bem-ou-mal/
azeite faz mal
concordo
podem dizer-me quais foram os sentimentos do sujeito poético no poema?
podem dizer-me quais foram os sentimentos do sujeito poético no poema?
legal
não ajudou mesmo nada
cheiram a meita
A tua mãe e que cheira a meita.
De cavalo.
Ola e Adeus nao gosto de Pretogues
olá caros usuários eu sou o Breaks e venho por este meio dizer que a erza é muito boa, mas pronto isso são coisas a parte por tanto eu quero dizer uma coisa para voces que estao a ler a merda deste comentario, parem de ler senao só estao a perder o tempo da vossa vida a ler isto obg por estarem a ler até aqui mas nao sei o que voces andam a fazer da vida por estarem a ler isto tudo sao estúpidos ou que ?
Podem ir todos embora :)
Eu nao gosto de pretos
ei que chunga meita não meita só na boca do Ricardo Azevedo aluno do 12ºL no ano de 2017/2018 na escola secundária de rio tinto
PO real carlho
Muito bom!!
y'all r so cringy oof ^^
Sauce
Leandro justino 12I da Esla é gay
Lagarto 12I vai tomar no cu
Brayan Ruiz do 12I vai jogar no Belenenses
Como se justifica o título do poema ? "Isto" porquê?
Qual é o tema desta composição poetica?
yall ok????
Ninguém gosta de vc tbm kkkk
Eu sinto o Fernando, amo a sua poesia, amo pinar : influencersgonewild.com
Piroca.
Sinto me bem quando lei nando... isso e quando como pixa
Tou fartinho deste Pessoa meu, não percebo onde é que "Isto" é relevante
Ajudou imenso, muito obrigado
pinhadex
Ajudava mais se me desse um 20
Enviar um comentário