Fernando Pessoa - Contextualização
Contextualização sociocultural
Nas últimas décadas do século XIX, instala-se na Europa um clima de tensão que nasceu de rivalidades económicas, político-militares e coloniais. A Grã-Bretanha destacava-se pelo seu vasto império, pelo domínio do comércio mundial, pelos empreendimentos coloniais que financiava e pelo número de ingleses que por todo o continente espalhavam a sua sua língua. A França e a Alemanha afirmavam-se como suas grandes rivais.
Eram de conhecimento público os acordos firmados secretamente entre a Inglaterra e a Alemanha (1898,1912,1914), para partilharem as colónias portuguesas. Mas, se o despoletar da Primeira Guerra desvia as atenções da Inglaterra das possessões portuguesas, o mesmo não sucede com a Alemanha, que ataca as fronteiras de Moçambique e de Angola. A defesa dos territórios ultramarinos obrigou os portugueses a um grande esforço de mobilização.
Os tratados de paz estabelecidos em Paris traçavam uma nova carta política da Europa e do Mundo, que reflectia as transformações levadas a cabo durante a guerra. Novos estados e novas fronteiras são marcados no mapa europeu.
O governo e os direitos dos cidadãos sofrem grandes transformações. As monarquias chegam ao fim e a democracia triunfa; os processos eleitorais foram revistos, passando a haver um maior número de cidadãos com direito a voto.
Portugal empenhou-se em dar efectividade ao mapa cor-de-rosa, marcando a sua presença nas áreas compreendidas entre Angola e Moçambique. A este plano opõe-se a Inglaterra, empenhada em alargar a sua influência no interior do território africano a partir da África do Sul.
O mapa cor-de-rosa apresenta uma zona da África Austral, situada entre Angola e Moçambique, como pertencente a Portugal. A Inglaterra opõe-se frontalmente à ideia de se construir em África um novo Brasil. Tendo o governo português organizado as expedições ao território em litígio, a Inglaterra (partindo do princípio de que só havia direitos históricos onde houvesse ocupação efectiva) impôs a Portugal o Ultimato de 1890.
Contextualização literária / artística
Em consequência do Ultimato inglês, Portugal vive momentos de tensão política e social.
Durante a Primeira Grande Guerra, surge em Portugal o movimento modernista, que toma vulto a partir da revista Orpheu, em 1915.
O espaço que decorre até ao Modernismo é preenchido pelo Simbolismo de Camilo Pessanha, pelo Saudosismo de Teixeira de Pascoaes e pelo Nacionalismo de António Nobre.
Esta nova expressão artística define-se como um movimento estético em que a literatura surge associada às artes plásticas, empreendida pela geração de Fernando Pessoa (1888-1935), Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) e Almada Negreiros (1893-1970).
Surge agora uma poesia que provoca novos modos poéticos e estéticos fora da linha tradicional, contrariando a forte sujeição à ríma e buscando recursos artísticos que ajudassem o poeta a expressar directamente os seus sentimentos, com exclusão de formas simbólicas e com efeitos sonoros e aliterantes dos simbolistas. A ousadia dos poetas deste movimento permitia-lhes comunicar os seus mais profundos sentimentos com a máxima liberdade. Todavia, a sociedade intelectual da época é abalada com este novo tipo de literatura, tal era a sua inclinação para o desprezo do bom senso, com tendências que evoluíam do Sebastianismo mais delirante até às ciências ocultas e à astrologia. Assim, são muitas as críticas a estes intefectuais modernistas, vendo nas suas poesias algo que reflectia perturbações a nível psíquico.
Fernando Pessoa e Sã-Carneiro, após o rompimento com A Águia e a Renascença Portuguesa (revistas saudosistas), dão origem ao grupo do Orpheu, que entra em oposição com os movimentos políticos da época. A revista que lhe dá o nome, de que saíram apenas dois números, reage contra o tradicionalismo e cria uma ruptura com o passado. Considera-se, então, que o Orpheu, pelo seu vanguardismo, inicia o Modernismo em Portugal. E é este espírito de vanguarda que faz criar vontade de romper com o passado, de procurar uma inspiração e formas novas, de se lançar na aventura, tendo a preocupação constante com o futuro.
Os principais temas desta nova expressão artística são a euforia do moderno, que rapidamente conduz ao tédio existencial; a dissolução do sujeito que conduz, frequentemente, ao suicídio; o esforço ridículo do autoconhecimento, entre outros.
Vários "ismos" povoam o Modernismo, tais como Decadentismo, Interseccionismo, Paulismo, Surrealismo, Futurismo, Sensacionismo e Cubismo.
ANTECEDENTES
Nas últimas décadas do século XIX, instala-se na Europa um clima de tensão que nasceu de rivalidades económicas, político-militares e coloniais. A Grã-Bretanha destacava-se pelo seu vasto império, pelo domínio do comércio mundial, pelos empreendimentos coloniais que financiava e pelo número de ingleses que por todo o continente espalhavam a sua sua língua. A França e a Alemanha afirmavam-se como suas grandes rivais.
Eram de conhecimento público os acordos firmados secretamente entre a Inglaterra e a Alemanha (1898,1912,1914), para partilharem as colónias portuguesas. Mas, se o despoletar da Primeira Guerra desvia as atenções da Inglaterra das possessões portuguesas, o mesmo não sucede com a Alemanha, que ataca as fronteiras de Moçambique e de Angola. A defesa dos territórios ultramarinos obrigou os portugueses a um grande esforço de mobilização.
Os tratados de paz estabelecidos em Paris traçavam uma nova carta política da Europa e do Mundo, que reflectia as transformações levadas a cabo durante a guerra. Novos estados e novas fronteiras são marcados no mapa europeu.
O governo e os direitos dos cidadãos sofrem grandes transformações. As monarquias chegam ao fim e a democracia triunfa; os processos eleitorais foram revistos, passando a haver um maior número de cidadãos com direito a voto.
Portugal empenhou-se em dar efectividade ao mapa cor-de-rosa, marcando a sua presença nas áreas compreendidas entre Angola e Moçambique. A este plano opõe-se a Inglaterra, empenhada em alargar a sua influência no interior do território africano a partir da África do Sul.
O mapa cor-de-rosa apresenta uma zona da África Austral, situada entre Angola e Moçambique, como pertencente a Portugal. A Inglaterra opõe-se frontalmente à ideia de se construir em África um novo Brasil. Tendo o governo português organizado as expedições ao território em litígio, a Inglaterra (partindo do princípio de que só havia direitos históricos onde houvesse ocupação efectiva) impôs a Portugal o Ultimato de 1890.
Contextualização literária / artística
Em consequência do Ultimato inglês, Portugal vive momentos de tensão política e social.
Durante a Primeira Grande Guerra, surge em Portugal o movimento modernista, que toma vulto a partir da revista Orpheu, em 1915.
O espaço que decorre até ao Modernismo é preenchido pelo Simbolismo de Camilo Pessanha, pelo Saudosismo de Teixeira de Pascoaes e pelo Nacionalismo de António Nobre.
Esta nova expressão artística define-se como um movimento estético em que a literatura surge associada às artes plásticas, empreendida pela geração de Fernando Pessoa (1888-1935), Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) e Almada Negreiros (1893-1970).
Surge agora uma poesia que provoca novos modos poéticos e estéticos fora da linha tradicional, contrariando a forte sujeição à ríma e buscando recursos artísticos que ajudassem o poeta a expressar directamente os seus sentimentos, com exclusão de formas simbólicas e com efeitos sonoros e aliterantes dos simbolistas. A ousadia dos poetas deste movimento permitia-lhes comunicar os seus mais profundos sentimentos com a máxima liberdade. Todavia, a sociedade intelectual da época é abalada com este novo tipo de literatura, tal era a sua inclinação para o desprezo do bom senso, com tendências que evoluíam do Sebastianismo mais delirante até às ciências ocultas e à astrologia. Assim, são muitas as críticas a estes intefectuais modernistas, vendo nas suas poesias algo que reflectia perturbações a nível psíquico.
Fernando Pessoa e Sã-Carneiro, após o rompimento com A Águia e a Renascença Portuguesa (revistas saudosistas), dão origem ao grupo do Orpheu, que entra em oposição com os movimentos políticos da época. A revista que lhe dá o nome, de que saíram apenas dois números, reage contra o tradicionalismo e cria uma ruptura com o passado. Considera-se, então, que o Orpheu, pelo seu vanguardismo, inicia o Modernismo em Portugal. E é este espírito de vanguarda que faz criar vontade de romper com o passado, de procurar uma inspiração e formas novas, de se lançar na aventura, tendo a preocupação constante com o futuro.
Os principais temas desta nova expressão artística são a euforia do moderno, que rapidamente conduz ao tédio existencial; a dissolução do sujeito que conduz, frequentemente, ao suicídio; o esforço ridículo do autoconhecimento, entre outros.
Vários "ismos" povoam o Modernismo, tais como Decadentismo, Interseccionismo, Paulismo, Surrealismo, Futurismo, Sensacionismo e Cubismo.
ANTECEDENTES
Simbolismo - escola literária do fim do século XIX, que se originou em França, como reacção contra o Parnasianismo, e que se caracterizou por uma visão subjectiva, simbólica e espiritual do mundo. Adoptou novas formas de expressão, nomeadamente os símbolos, traduzindo as impressões por uma linguagem onde dominavam as preocupações estéticas.
Saudosismo - nome que Teixeira de Pascoaes (o mais representativo poeta saudosista) dá à Religião da Saudade. Pretende-se, assim, fazer reviver no povo português a alma portuguesa, o que é imprescindível para que Portugal viva uma vida própria, bela e independente.
MODERNISMO
Modernismo - movimento estético de vanguarda, iniciado e impulsionado pela geração do Orpheu (segunda década do século XX), no qual a literatura aparece associada às artes plásticas e é por elas Influenciada. Tal movimento surgiu como imperativo de levar a poesia a trilhar no nosso país os caminhos ousados e originais por onde seguia já no resto da Europa.
Decadentismo - surge como uma atitude estética que exprime o tédio, o cansaço e a necessidade de novas sensações. Traduz a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia. Característica visível em Álvaro de Campos, na sua 3ª fase literária, quando, perante a incapacidade das realizações futuristas, o poeta ressente-se sob a forma de abatimento.
Paulismo - consiste na confusão voluntária do subjectivo e do objectivo; na associação de ideias desconexas; frases nominais, exclamativas; aberrações da sintaxe, vocabulário expressivo do tédio, do vazio da alma, do anseio de outra coisa, do vago; uso indiscriminado de maiúsculas para traduzir a profundidade espiritual de certas palavras. (poema Impressões de Crepúsculo)
Cubismo - surge inicialmente na pintura com Matisse e designa um modo de expressão que recria através de planos geométricos elementos da realidade. O Cubismo terá de apresentar os objectos tal como a mente os concebe.
Interseccionismo - espécie de Cubismo na poesia que se caracteriza pelas sobreposições ou cruzamentos de diferentes realidades ou planos. Sucede o estilo sensacionista, sobrepondo ao intimismo lírico romântico de cariz emotivo a expressão sensacional pura, transmitida em malabarismos apalhaçados com fins espectaculares. (poema Chuva Oblíqua)
Sensacionismo - consiste em "sentir tudo de todas as maneiras", ou seja, a sensação é a realidade da vida e base de toda a arte. Deve distinguir-se o sensacionismo de Caeiro do de Campos: o primeiro considera a sensação captada pelos sentidos como única realidade, mas rejeita o pensamento; o segundo procura a totalização das sensações, sobretudo das percepções conforme as sente ou pensa.
Futurismo - propõe o esquecimento do passado e pretende criar e construir o futuro; o desprezo do clássico, do tradicional e estático; o repúdio do sentimentalismo e o ingresso frenético na vida activa (exaltamento do homem de acção); o culto da liberdade, da velocidade, da energia, da força física, da máquina, da violência, do perigo; a veneração da originalidade. Defende o versilibrismo; as palavras em liberdade, mesmo com sacrifício da correcção gramatical; a comunicação de ideias de inteligência, sem interferência de imagens e símbolos; a exploração da alma, da inquietação, da insatisfação, do que se não tem e está para vir, das ciências ocultas, da astrologia, do metapsiquisrno; a proscrição do idealismo romântico. (Manifesto Anti-Dantas)
Fernando Pessoa
Fernando pessoa (1888-1935)
Fernando António Nogueira Pessoa nasce em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1888, e perde o pai aos cinco anos, o que o vai marcar profundamente. Passa a infância em Durban (África do Sul) e recebe uma educação de influência anglo-saxónica, devido ao casamento da sua mãe com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban.
Regressa a Lisboa em 1905 e exerce uma actividade profissional ligada à tradução de documentos comerciais.
A explosão dos heterónimos dá-se em 1914, após o rompimento com a revista A Águia. A morte do seu amigo Mário de Sá-Carneiro, em 1916, em Paris, abala fortemente Fernando Pessoa, que passa a ser dominado por uma nuvem de tédio e melancolia.
É 1934 que marca o ano da publicação da Mensagem, o único livro de versos portugueses, organizado e publicado pelo poeta, que lhe proporcionou o prémio de categoria B, consequência do concurso ao prémio Antero de Quental, do Secretariado de Propaganda Nacional.
A 30 de Novembro de 1935, morre no Hospital de S. Luís dos Franceses, vítima de uma cólica hepática.
Fernando António Nogueira Pessoa nasce em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1888, e perde o pai aos cinco anos, o que o vai marcar profundamente. Passa a infância em Durban (África do Sul) e recebe uma educação de influência anglo-saxónica, devido ao casamento da sua mãe com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban.
Regressa a Lisboa em 1905 e exerce uma actividade profissional ligada à tradução de documentos comerciais.
A explosão dos heterónimos dá-se em 1914, após o rompimento com a revista A Águia. A morte do seu amigo Mário de Sá-Carneiro, em 1916, em Paris, abala fortemente Fernando Pessoa, que passa a ser dominado por uma nuvem de tédio e melancolia.
É 1934 que marca o ano da publicação da Mensagem, o único livro de versos portugueses, organizado e publicado pelo poeta, que lhe proporcionou o prémio de categoria B, consequência do concurso ao prémio Antero de Quental, do Secretariado de Propaganda Nacional.
A 30 de Novembro de 1935, morre no Hospital de S. Luís dos Franceses, vítima de uma cólica hepática.
O que sabemos da vida de Fernando Pessoa (1888-1935)
1888
Nascimento de Fernando António Nogueira Pessoa, em 13 de Junho, no Lg. de S. Carlos nº 4 – 4º Esq. (entre o Teatro de S. Carlos e a Igreja dos Mártires), em Lisboa.
1893
Nasce um outro filho do casal, em Janeiro: Jorge.
O pai de Fernando Pessoa morre de tuberculose, em Julho.
A família muda-se para uma casa mais modesta, após a morte de Joaquim Seabra Pessoa, em Novembro; a mãe do poeta instala-se com o mesmo, Jorge, a avó Dionísia e duas criadas, na Rua de S. Marçal.
1894
Jorge, o irmão mais novo de Pessoa, morre após a administração de algumas vacinas.
Fernando Pessoa cria o seu primeiro heterónimo, Chevalier de Pas.
1895
João Miguel Rosa, oficial de Marinha de Guerra, futuro padrasto de Fernando Pessoa, embarca para a colónia do Natal (fora nomeado cônsul interino, em Durban).
Ainda nesse ano, em Dezembro, casa por procuração com Maria Madalena, a mãe do futuro poeta.
Fernando Pessoa parte com a mãe para a África do Sul, acompanhado de um tio, durante a viagem.
Viverá dez anos em Durban, num bungalow, em Ridge Road, tendo estudado no Convento de West Street.
Escreve o seu primeiro poema, intitulado À Minha Querida Mamã.
1896
Nasce Henriqueta Madalena, a primeira filha de sua mãe e de seu padrasto.
1898
Nasce Madalena Henriqueta, a segunda filha do casal.
1899
Fernando Pessoa entra para a Durban High School, onde permanecerá durante três anos e será um dos primeiros alunos da turma.
Nesse ano, recebe o "Forum Prize".
Cria o heterónimo Alexander Search.
Ainda no mesmo ano, nasce Luís Miguel, terceiro filho do casal.
1900
Fernando Pessoa ganha um prémio de Francês.
1901
Morre Madalena Henriqueta, a segunda meia-irmã do futuro poeta.
Em Agosto, Fernando, a mãe, o padrasto, Henriqueta, Luís Miguel e Madalena (morta) embarcam para Lisboa. A família instala-se em casa das tias-avós maternas de Pessoa, D. Rita Xavier Pinheiro e D. Maria Xavier Pinheiro da Cunha, em pedrouços.
É aprovado com distinção no seu primeiro exame.
Escreve os primeiros poemas em inglês.
1902
A família regressa a Durban, depois de passar pelos Açores. Fernando Pessoa matricula-se na Commercial School, em Durban (mais tarde, manifesta os seus conhecimentos, n' O Livro do Desassossego, do semi-heterónimo Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros e nos artigos que escreveu para a Revista do Comércio e Contabilidade, que viria a dirigir, com o seu cunhado, em 1926).
1904
É-lhe concedido o "Queen Victoria Memorial Prize", por ter escrito o melhor ensaio em língua inglesa, no exame de admissão à Universidade. Frequenta a High School como aluno universitário, no curso de Letras. Nascera, entretanto, mais um irmão, João.
1905
Em Agosto, regressa a Portugal, apesar de ter passado de ano na Universidade do Cabo da Boa Esperança (de que a High School é uma secção).
Continua a escrever poemas em inglês.
1906
Já em Lisboa, matricula-se no Curso Superior de Letras.
Vive em casa das tias, na Rua da Bela Vista, à Lapa nº 17 – 1º.
Cerca de um ano depois, muda-se para a Calçada da Estrela, 100 – 1º, onde vive com a família e o padrasto, que viera de férias.
1907
Volta a morar na Rua da Bela Vista, com as tias.
Escreve um diário íntimo, em inglês.
Convive com jovens intelectuais na Brasileira do Chiado.
A avó Dionísia morre nesse ano e deixa-lhe uma pequena herança.
Aluga um quarto na Rua da Glória, 4 - r/c.
Desiste do Curso de Letras e monta uma tipografia - a Íbis -, em Portalegre, na Rua da Conceição da Glória, 38-40. Esta tipografia não funcionou, porém, durante muito tempo.
Aluga outro quarto, no Largo do Carmo, 18 – 1º e emprega-se como correspondente estrangeiro em casas comerciais.
1908
Escreve poemas em inglês.
1909
Toma contacto com o Simbolismo, enquanto escola (conhecia já Shakespeare, Milton, Shelley, Keats, Tennyson, E. Allan Poe, Ben Jonhson - os quatro últimos autores foram privilegiados por F. Pessoa, aquando da sua recepção do "Queen Victoria Memorial Prize", atribuído em livros -, Byron, Pope, Wordsworth, Poe, Baudelaire e Cesário Verde).
[O seu livro preferido, logo após a infância, foi Pickwick Papers].
1910
Trabalha na firma Lavado, Pinto & Cª, no Campo das Cebolas.
O poeta Henrique Rosa, irmão de seu padrasto, impressiona-o positivamente, enquanto ser solitário e associal.
Rejeita a oportunidade de ir para Inglaterra como súbdito britânico.
Escreve poesia e prosa em português, inglês e francês.
Por volta de 1912
Lê a obra La Dégénérescence, de Max Nordau, que muito o influenciou, quer a nível pessoal quer ao nível da sua maturação literária - Max Nordau considerava escritores "fim de século", conferindo-lhes uma conotação pejorativa, os simbolistas, os decadentes e os pré-rafaelitas.
Escreve artigos sobre "A Nova Poesia Portuguesa", para a revista A Aguia.
Pessoa estréia-se como crítico literário, provocando polémicas junto à intelectualidade portuguesa.
Até 1914
Escreve n'A Águia. Mantém um círculo de amigos em Lisboa: Mário de Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor; Almada-Negreiros, entre outros.
Intensa produção literária. Escreve O Marinheiro.
1914
Cria os heterónimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro.
Escreve os poemas de O Guardador de Rebanhos e também O Livro do Desassossego.
A 8 de Março, nasce Alberto Caeiro. Pessoa pretendia, com a criação deste heterónimo, fazer uma partida a Mário de Sá-Carneiro.
Aparece, pela primeira vez, uma composição do poeta, publicada na revista Renascença, com o título "Impressões do Crepúsculo".
1915
Sai o primeiro número da revista Orpheu, em que Pessoa participa com alguns poemas. A revista causou escândalo.
A nível da sua vida privada e com a influência da tia Anica, conhece fenómenos de mediunidade. Lia e traduzia também livros de Teosofia.
É por esta altura que sua tia Ana Luísa de Freitas, com quem morava havia algum tempo, vai para a Suíça. Pessoa vai, então, morar para o sótão de uma leitaria, na Rua Almirante Barroso, 12. O dono deste estabelecimento "A Leitaria Alentejana" admirava-o muito, mas em 1917, a casa é transformada numa barbearia.
Ainda neste ano, a mãe do poeta sofre urna congestão cerebral, que a deixará enferma até ao fim da sua vida.
Fernando Pessoa faz os seus primeiros horóscopos.
1916
O melhor amigo do poeta, Mário de Sá-Carneiro, suicida-se em Paris, no hotel de Nice.
Frequenta regularmente os cafés "Martinho da Arcada" e "A Brasileira".
1917
Vive em casa própria, na Rua Bernardim Ribeiro, 11 – 1º.
1918
Trabalha como correspondente em línguas estrangeiras em vários escritórios em Lisboa.
Pessoa publica poemas em inglês, resenhados com destaque no “Times”.
1919
Conhece Ophélia, no escritório do Largo do Corpo Santo, com quem enceta um romance - esta é a única mulher que teve lugar na sua vida.
1920
Vai morar para a Rua Coelho da Rocha, 16 – 1º Dto., a pedido de sua mãe.
A família viria a instalar-se aí posteriormente.
Abre um escritório na Rua da Assunção, 58 – 2º, o nome da firma é Olisipo Lda. e trata-se de uma editora, projecto conjunto com alguns amigos (o poeta abrira já outros escritórios, anteriormente).
Em Outubro, atravessa uma grande depressão, que o leva a pensar em internar-se numa casa de saúde.
Rompe com Ophélia.
1925
Morre a mãe de Fernando Pessoa, em 17 de Março.
1929
O poeta propõe-se ordenar os seus papéis.
Bebe bastante, ainda que não o vejam embriagado.
Volta a relacionar-se com Ophélia.
1930
Alister Crowlley, astrólogo e mago inglês, com quem Pessoa mantinha correspondência, vem a Portugal para o conhecer pessoalmente. Aquele intitula-se a si mesmo a "Besta 666". A sua estada no nosso país foi exuberante, pelas circunstâncias pouco vulgares que se lhe associam. Os jornais da época publicaram alguns artigos que se centravam no desaparecimento de Crowley, em Cascais, na Boca do Inferno. O próprio Pessoa foi entrevistado e pareceu divertir-se bastante com o episódio.
1931
Rompe novamente com Ophélia.
1934
Publica a obra Mensagem, premiada num concurso, com o segundo prémio.
Concorre ao lugar de conservador do Museu da Biblioteca Conde de Castro de Guimarães, em Cascais, o que lhe foi recusado.
Revela grande interesse pelas ciências ocultas.
1935
Morre a 30 de Novembro, na sequência de uma cólica hepática, no Hospital de São Luís dos Franceses.
As suas últimas palavras foram: "Dá-me os óculos" e “Maman, je suis encore ton petit enfant”.
A sua última frase, escrita em inglês, diz: "I know not what tomorrow will bring"
1888
Nascimento de Fernando António Nogueira Pessoa, em 13 de Junho, no Lg. de S. Carlos nº 4 – 4º Esq. (entre o Teatro de S. Carlos e a Igreja dos Mártires), em Lisboa.
1893
Nasce um outro filho do casal, em Janeiro: Jorge.
O pai de Fernando Pessoa morre de tuberculose, em Julho.
A família muda-se para uma casa mais modesta, após a morte de Joaquim Seabra Pessoa, em Novembro; a mãe do poeta instala-se com o mesmo, Jorge, a avó Dionísia e duas criadas, na Rua de S. Marçal.
1894
Jorge, o irmão mais novo de Pessoa, morre após a administração de algumas vacinas.
Fernando Pessoa cria o seu primeiro heterónimo, Chevalier de Pas.
1895
João Miguel Rosa, oficial de Marinha de Guerra, futuro padrasto de Fernando Pessoa, embarca para a colónia do Natal (fora nomeado cônsul interino, em Durban).
Ainda nesse ano, em Dezembro, casa por procuração com Maria Madalena, a mãe do futuro poeta.
Fernando Pessoa parte com a mãe para a África do Sul, acompanhado de um tio, durante a viagem.
Viverá dez anos em Durban, num bungalow, em Ridge Road, tendo estudado no Convento de West Street.
Escreve o seu primeiro poema, intitulado À Minha Querida Mamã.
1896
Nasce Henriqueta Madalena, a primeira filha de sua mãe e de seu padrasto.
1898
Nasce Madalena Henriqueta, a segunda filha do casal.
1899
Fernando Pessoa entra para a Durban High School, onde permanecerá durante três anos e será um dos primeiros alunos da turma.
Nesse ano, recebe o "Forum Prize".
Cria o heterónimo Alexander Search.
Ainda no mesmo ano, nasce Luís Miguel, terceiro filho do casal.
1900
Fernando Pessoa ganha um prémio de Francês.
1901
Morre Madalena Henriqueta, a segunda meia-irmã do futuro poeta.
Em Agosto, Fernando, a mãe, o padrasto, Henriqueta, Luís Miguel e Madalena (morta) embarcam para Lisboa. A família instala-se em casa das tias-avós maternas de Pessoa, D. Rita Xavier Pinheiro e D. Maria Xavier Pinheiro da Cunha, em pedrouços.
É aprovado com distinção no seu primeiro exame.
Escreve os primeiros poemas em inglês.
1902
A família regressa a Durban, depois de passar pelos Açores. Fernando Pessoa matricula-se na Commercial School, em Durban (mais tarde, manifesta os seus conhecimentos, n' O Livro do Desassossego, do semi-heterónimo Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros e nos artigos que escreveu para a Revista do Comércio e Contabilidade, que viria a dirigir, com o seu cunhado, em 1926).
1904
É-lhe concedido o "Queen Victoria Memorial Prize", por ter escrito o melhor ensaio em língua inglesa, no exame de admissão à Universidade. Frequenta a High School como aluno universitário, no curso de Letras. Nascera, entretanto, mais um irmão, João.
1905
Em Agosto, regressa a Portugal, apesar de ter passado de ano na Universidade do Cabo da Boa Esperança (de que a High School é uma secção).
Continua a escrever poemas em inglês.
1906
Já em Lisboa, matricula-se no Curso Superior de Letras.
Vive em casa das tias, na Rua da Bela Vista, à Lapa nº 17 – 1º.
Cerca de um ano depois, muda-se para a Calçada da Estrela, 100 – 1º, onde vive com a família e o padrasto, que viera de férias.
1907
Volta a morar na Rua da Bela Vista, com as tias.
Escreve um diário íntimo, em inglês.
Convive com jovens intelectuais na Brasileira do Chiado.
A avó Dionísia morre nesse ano e deixa-lhe uma pequena herança.
Aluga um quarto na Rua da Glória, 4 - r/c.
Desiste do Curso de Letras e monta uma tipografia - a Íbis -, em Portalegre, na Rua da Conceição da Glória, 38-40. Esta tipografia não funcionou, porém, durante muito tempo.
Aluga outro quarto, no Largo do Carmo, 18 – 1º e emprega-se como correspondente estrangeiro em casas comerciais.
1908
Escreve poemas em inglês.
1909
Toma contacto com o Simbolismo, enquanto escola (conhecia já Shakespeare, Milton, Shelley, Keats, Tennyson, E. Allan Poe, Ben Jonhson - os quatro últimos autores foram privilegiados por F. Pessoa, aquando da sua recepção do "Queen Victoria Memorial Prize", atribuído em livros -, Byron, Pope, Wordsworth, Poe, Baudelaire e Cesário Verde).
[O seu livro preferido, logo após a infância, foi Pickwick Papers].
1910
Trabalha na firma Lavado, Pinto & Cª, no Campo das Cebolas.
O poeta Henrique Rosa, irmão de seu padrasto, impressiona-o positivamente, enquanto ser solitário e associal.
Rejeita a oportunidade de ir para Inglaterra como súbdito britânico.
Escreve poesia e prosa em português, inglês e francês.
Por volta de 1912
Lê a obra La Dégénérescence, de Max Nordau, que muito o influenciou, quer a nível pessoal quer ao nível da sua maturação literária - Max Nordau considerava escritores "fim de século", conferindo-lhes uma conotação pejorativa, os simbolistas, os decadentes e os pré-rafaelitas.
Escreve artigos sobre "A Nova Poesia Portuguesa", para a revista A Aguia.
Pessoa estréia-se como crítico literário, provocando polémicas junto à intelectualidade portuguesa.
Até 1914
Escreve n'A Águia. Mantém um círculo de amigos em Lisboa: Mário de Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor; Almada-Negreiros, entre outros.
Intensa produção literária. Escreve O Marinheiro.
1914
Cria os heterónimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro.
Escreve os poemas de O Guardador de Rebanhos e também O Livro do Desassossego.
A 8 de Março, nasce Alberto Caeiro. Pessoa pretendia, com a criação deste heterónimo, fazer uma partida a Mário de Sá-Carneiro.
Aparece, pela primeira vez, uma composição do poeta, publicada na revista Renascença, com o título "Impressões do Crepúsculo".
1915
Sai o primeiro número da revista Orpheu, em que Pessoa participa com alguns poemas. A revista causou escândalo.
A nível da sua vida privada e com a influência da tia Anica, conhece fenómenos de mediunidade. Lia e traduzia também livros de Teosofia.
É por esta altura que sua tia Ana Luísa de Freitas, com quem morava havia algum tempo, vai para a Suíça. Pessoa vai, então, morar para o sótão de uma leitaria, na Rua Almirante Barroso, 12. O dono deste estabelecimento "A Leitaria Alentejana" admirava-o muito, mas em 1917, a casa é transformada numa barbearia.
Ainda neste ano, a mãe do poeta sofre urna congestão cerebral, que a deixará enferma até ao fim da sua vida.
Fernando Pessoa faz os seus primeiros horóscopos.
1916
O melhor amigo do poeta, Mário de Sá-Carneiro, suicida-se em Paris, no hotel de Nice.
Frequenta regularmente os cafés "Martinho da Arcada" e "A Brasileira".
1917
Vive em casa própria, na Rua Bernardim Ribeiro, 11 – 1º.
1918
Trabalha como correspondente em línguas estrangeiras em vários escritórios em Lisboa.
Pessoa publica poemas em inglês, resenhados com destaque no “Times”.
1919
Conhece Ophélia, no escritório do Largo do Corpo Santo, com quem enceta um romance - esta é a única mulher que teve lugar na sua vida.
1920
Vai morar para a Rua Coelho da Rocha, 16 – 1º Dto., a pedido de sua mãe.
A família viria a instalar-se aí posteriormente.
Abre um escritório na Rua da Assunção, 58 – 2º, o nome da firma é Olisipo Lda. e trata-se de uma editora, projecto conjunto com alguns amigos (o poeta abrira já outros escritórios, anteriormente).
Em Outubro, atravessa uma grande depressão, que o leva a pensar em internar-se numa casa de saúde.
Rompe com Ophélia.
1925
Morre a mãe de Fernando Pessoa, em 17 de Março.
1929
O poeta propõe-se ordenar os seus papéis.
Bebe bastante, ainda que não o vejam embriagado.
Volta a relacionar-se com Ophélia.
1930
Alister Crowlley, astrólogo e mago inglês, com quem Pessoa mantinha correspondência, vem a Portugal para o conhecer pessoalmente. Aquele intitula-se a si mesmo a "Besta 666". A sua estada no nosso país foi exuberante, pelas circunstâncias pouco vulgares que se lhe associam. Os jornais da época publicaram alguns artigos que se centravam no desaparecimento de Crowley, em Cascais, na Boca do Inferno. O próprio Pessoa foi entrevistado e pareceu divertir-se bastante com o episódio.
1931
Rompe novamente com Ophélia.
1934
Publica a obra Mensagem, premiada num concurso, com o segundo prémio.
Concorre ao lugar de conservador do Museu da Biblioteca Conde de Castro de Guimarães, em Cascais, o que lhe foi recusado.
Revela grande interesse pelas ciências ocultas.
1935
Morre a 30 de Novembro, na sequência de uma cólica hepática, no Hospital de São Luís dos Franceses.
As suas últimas palavras foram: "Dá-me os óculos" e “Maman, je suis encore ton petit enfant”.
A sua última frase, escrita em inglês, diz: "I know not what tomorrow will bring"
Outros heterónimos
Bernardo Soares – Semi-heterónimo porque apresentava uma mutilação da sua própria personalidade, uma vez que não apresentava a sua capacidade de raciocínio nem a sua faceta afectiva. Autor de O Livro do Desassossego. Só aparecia no seu espírito quando o poeta se encontrava cansado ou quando tinha sono.
Rafael Baldaya – semi-heterónimo, é o filósofo que espelha o tecido social e moral do séc. XX.
António Mora – heterónimo, que exaltou o “regresso dos deuses”, isto é, o paganismo. A defesa do paganismo em detrimento do cristianismo (o próprio F. Pessoa afirmava-se pagão) surge na tentativa de modificar a mentalidade portuguesa.
Biografia de Fernando Pessoa feita pelo próprio poeta
Bernardo Soares – Semi-heterónimo porque apresentava uma mutilação da sua própria personalidade, uma vez que não apresentava a sua capacidade de raciocínio nem a sua faceta afectiva. Autor de O Livro do Desassossego. Só aparecia no seu espírito quando o poeta se encontrava cansado ou quando tinha sono.
Rafael Baldaya – semi-heterónimo, é o filósofo que espelha o tecido social e moral do séc. XX.
António Mora – heterónimo, que exaltou o “regresso dos deuses”, isto é, o paganismo. A defesa do paganismo em detrimento do cristianismo (o próprio F. Pessoa afirmava-se pagão) surge na tentativa de modificar a mentalidade portuguesa.
Biografia de Fernando Pessoa feita pelo próprio poeta
Nome Completo: Fernando António Nogueira Pessoa.
Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio nº 4 do Largo de S. Carlos (hoje do Directório), em 13 de Junho de 1888.
Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António de Araújo Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. Dionísia Seabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto, e que foi director-geral do Ministério do Reino, e de D. Madalena Xavier Pinheiro. Ascendência geral - misto de fidalgos e judeus.
Profissão: A designação mais própria será "tradutor", a mais exacta de "correspondente estrangeiro em casas comerciais". O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação.
Funções sociais que tem desempenhado: Se por isso se entende cargos públicos ou funções de destaque, nenhumas.
Obras que tem publicado: A obra está essencialmente dispersa, por enquanto, por várias revistas e publicações, O que, de livros ou folhetos, considera como válido, é o seguinte: 35 Sonnets (em inglês), 1918; English Poems I-II e English Poems III (em inglês também), 1922, e o livro Mensagem, 1934, premiado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, na categoria "Poemas".
Educação: Em virtude de, falecido seu pai em 1893, sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prémio Rainha Vitória de estilo inglês, na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903, no exame de admissão, aos 15 anos.
Ideologia política: Considera que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes votaria, embora com pena, pela República. Conservador de estilo inglês, isto é, liberal dentro do conservantismo e absolutamente anti-reaccionário.
Posição religiosa: Cristão gnóstico, e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais adiante estão implícitos à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da Maçonaria.
Posição iniciática: ……………………………………………………………………………………………...
Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo místico, de onde seja abolida toda infiltração católica-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: "Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação".
Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.
Resumo destas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, e combater, sempre, e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.
Lisboa, 30 de Março de 1935
Cenários de Resposta
Excerto de "Felizmente Há Luar!" - Matilde e Populares
1. As palavras proferidas por Manuel, na citação dada, revelam:
- que a personagem não ficou surpreendida com a ascensão de Vicente, pois os falsos e hipócritas são recompensados e os justos e honestos são condenados;
- a injustiça que reina numa sociedade materialista;
- que até Deus parece estar contra os que vivem miseravelmente;
- (...)
- que a personagem não ficou surpreendida com a ascensão de Vicente, pois os falsos e hipócritas são recompensados e os justos e honestos são condenados;
- a injustiça que reina numa sociedade materialista;
- que até Deus parece estar contra os que vivem miseravelmente;
- (...)
2. De simples elemento do povo, consciente das suas limitações e privações, Vicente vende-se, trocando favores por melhores condições de vida (“Foi feito chefe de polícia.”), desprezando os seus “irmãos” de classe (“Olhou para mim como se nunca me tivesse visto. Estendi-lhe a mão e deu-me uma cacetada na cabeça!”).
3. Traços caracterizadores de Manuel no excerto seleccionado:
- consciente da presença de Matilde (“Manuel, agora, mostra que tinha consciência da presença de Matilde (...)” – informação em nota lateral);
- terno (“Levanta-se e fala com ternura”- informação em didascália);
- revoltado (“Olhe bem para nós, Srª D. Matilde. Abra bem os olhos e veja quem somos e ao que estamos reduzidos.”);
- (...)
- consciente da presença de Matilde (“Manuel, agora, mostra que tinha consciência da presença de Matilde (...)” – informação em nota lateral);
- terno (“Levanta-se e fala com ternura”- informação em didascália);
- revoltado (“Olhe bem para nós, Srª D. Matilde. Abra bem os olhos e veja quem somos e ao que estamos reduzidos.”);
- (...)
4. Ao longo do excerto, Matilde revela uma mudança no seu comportamento. Inicialmente, apresenta-se desesperada “perante a atitude dos populares”, seguidamente, a timidez apodera-se dela, em consequência de ter tomado consciência de que as pessoas a quem recorreu para pedir ajuda nada lhe podem dar. Aliás, agora ela pede “esmola” a quem já tantas vezes lhe pediu, aspecto que Matilde com certeza percebeu pelas palavras proferidas por Manuel (“A senhora, hoje, veio ter connosco porque não sabia para onde se havia de voltar...”; “Mas nós passamos a vida inteira a ir ter convosco porque não temos a quem recorrer!”).
Respostas aos exercícios de funcionamento da língua
Felizmente Há Luar!
Num texto expositivo-argumentativo bem estruturado, de cem a duzentas palavras, apresenta o tema que consideras mais marcante em Felizmente Há Luar!, de Luís de Sttau Monteiro. Fundamenta a tua opinião com argumentos decorrentes da tua experiência de leitura da obra.
Nota: Questão adaptada do Exame de Português B – 1.a fase, 2.a chamada, 2002.
Texto Expositivo-Argumentativo
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