Álvaro de Campos


Álvaro de Campos (1890- …)
(Poeta Modernista)

Aspectos biográficos


Nasceu em Tavira, em 15 de Outubro de 1890.
Fez o liceu em Portugal e o curso de Engenharia na Escócia.
Engenheiro naval (por Glasgow), vive “agora” em Lisboa.
Viajou pelo Oriente (de onde resultou o Opiário).

Alto, magro e com tendência a curvar-se.
(Elementos retirados da carta a Adolfo Casais Monteiro, 1935)

O que diz. Como o diz.


· Poeta modernista, sensacionista, a sua poesia tem três fases: decadentista, futurista e pessoal-intimista.

Fase decadentista:
- tédio e horror à vida
- “nostalgia de além”
- “embrieguez do ópio e dos sonhos”

Fase futurista:
- exaltação da civilização industrial
- procura de sensações fortes e modernas
- “apologia de um novo homem, isento de dor, livre”

Fase pessoal-intimista:
- reminiscências do mundo fantástico da infância
- solidão interior, angústia existencial
- cepticismo e dor de pensar
- tédio, náusea, desencontro consigo mesmo e com os outros

· Predomínio da emoção espontânea e torrencial.

· Elogio da civilização industrial, moderna, da velocidade e das máquinas, da energia e da força, do progresso.

· Poeta virado para o exterior, tenta banir o vício de pensar e acolhe todas as sensações (segundo a lição do seu Mestre Caeiro).

· Ansiedade e confusão emocional. Angústia existencial. Sentido do absurdo.

· Tédio, náusea, desencontro com os outros.

· Presença terrível e labiríntica do Eu de que o poeta se tenta libertar.

· Fragmentação do Eu, perda de identidade.

· Excitação da procura, da busca incessante.

Arte Poética de Álvaro de Campos.
· Presença do biográfico.
· Verso: decassílabos agrupados em quadras (Opiário).
· Verso livre, longo.
· Estilo esfuziante, torrencial, dinâmico.
· Estilo exclamativo, anafórico, interjectivo; recurso à reiteração de apóstrofes e enumerações.
· Comparações, metáforas e antíteses arrojadas.

Álvaro de Campos é:
o sensacionista das grandes odes à civilização moderna com todas as emoções que contém;
o ocultor das sensações sem limite" Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!";
o poeta da energia, da velocidade e das máquinas, da vitalidade e do progresso;
o modernista por excelência, que concebe a arte assente na ideia de força, do ímpeto, da fúria e da emoção espontânea;
o poeta de estilo impetuoso, febril e do verso torrencial e livre;

Sem comentários: