O Teatro Épico


Foi Bertolt Brecht o teorizador do teatro épico. As suas peças revelam a doutrina do teatro épico, que procura representar o mundo e o homem como realidade em constante devir.
Trata-se de um teatro "moderno", que se opõe ao teatro aristotélico (de forma dramática), criando, então, o termo épico, sinónimo de narrativo (narra acontecimentos que envolvem o espectador).
Um dos elementos mais marcantes do teatro épico é o chamado efeito de distanciação. Tal efeito está ligado à técnica que confere aos acontecimentos representados um "cunho de sensacionalidade", deixando estes de ser evidentes e naturais. O objectivo desta técnica de distanciamento é proporcionar ao espectador uma análise e uma crítica dentro de uma perspectiva social.
O teatro épico tem incontestavelmente uma função social, que conduz o espectador a uma apreciação crítica não apenas do que está a ser representado mas também da sociedade em que se insere. O distanciamento causa uma espécie de "efeito de alienação", desviando, assim, o público do caso narrado. Logo, uma vez não identificado com o mundo cénico, vê de fora a sua própria situação social reflectida no palco.
Através desta técnica, estuda-se o comportamento humano em determinadas situações, levando o público a tomar consciência de que tudo pode e deve ser modificado, exigindo dele a tomada de decisões.

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